sábado, 13 de setembro de 2003

CINZAS



Abro a janela, no céu nuvens de cinza, no ar um cheiro acre a madeira queimada. Como estou relativamente perto da zona de incêndio penso que chegando a Lisboa nada se verá, engano, toda a atmosfera está carregada de um manto cinzento, o sol é um disco vermelho que mal consegue rasgar o nevoeiro; até nas estações do metro se respira este ar.

Talvez assim quem tem poder de decisão e que mora em Lisboa se lembre que o flagelo dos incêndios não atinge apenas as distantes florestas do interior.

Por outro lado interrogo-me sobre a utilidade da repetição de imagens de pessoas em absoluto desespero como ontem na SIC; a mesma imagem de uma senhora e o filho a fugirem de casa foi repetida vezes sem conta como se fosse o ''trailer'' de um filme de acção de Hollywood. Quem tiver um desequilíbrio e gostar de ver as chamas com todas as desgraças que elas causam, certamente vai querer contribuir para o espectáculo.

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