Abaixo de Cão (II)

ALÍVIO

Que alívio! O tumor maligno de que Portugal sofria foi ontem (definitivamente?) extirpado pelos portugueses; um tumor alimentado pela demagogia populista, pela incompetência constante, pelo clientelismo e pela falta de honestidade intelectual.
Mas não rejubilemos com esta vitória, a doença crónica de que o país sofre continua com toda a força. O estado patológico em que os grupos de pressão se movem junto do Poder fazendo tudo para defender os seus interesses e estando-se positivamente nas tintas para as necessidades dos cidadãos. É óbvio que vêm exigir o emagrecimento do Estado, mas só no que lhes interessa; destruir o Serviço Nacional de Saúde, por exemplo, dará muito dinheiro a alguns grandes grupos económicos.
Curiosamente quem se queixa do Estado obeso e sufocante é quem está (directa ou indirectamente) instalado à mesa do Orçamento. Para esses senhores o exemplo de concorrência e transparência é o que se passa no sector dos combustíveis.
Espero que a actual maioria não venha a ceder às pressões ultra-liberais, os portugueses votaram em partidos e elegeram deputados, não foram votar no ''Compromisso Portugal''.