Hoje trago-vos, pela mão do mestre Hitchcock, um dos mais belos filmes da história do
Cinema. Claro que me refiro ao ''Vertigo'' de 1958, a minha obsessão cinematográfica. Como em todas as películas do grande realizador o mistério e o ''suspense'' estão presentes, porém, nesta obra, Hitchcok toma a atípica decisão de colocar o clímax a meio do filme com um efeito devastador.
O que se segue é um pungente e tortuoso estudo do amor perdido do detective Scottie Ferguson (James Stewart) pela malograda Madeleine (Kim Novak), da obsessão e da impossível ressurreição. O retrato de uma perda insuportável sem paralelo na história do cinema.
Depois de no início nos ser sugerido o sobrenatural, tudo fica realmente explicado nos últimos minutos sendo a última cena a mais desconcertante e surpreendente que jamais vi na sétima arte.
A música de Bernard Herrmann (da qual não consigo encontrar CD's em lado nenhum!!) é o terceiro protagonista, através dela acompanhamos os medos de Scottie, o mistério de Madeleine, os encontros e desencontros, o desespero, a perda irreparável, a loucura, a ilusão e finalmente a Morte. O compositor criou uma atmosfera evocativa não só de obsessão, raiva, angústia e ansiedade, mas também de delírio romântico (roçando, por vezes, a histeria).
Como os filmes são para ver e não ler, sugiro que comprem o DVD. Claro que, sendo uma obsessão minha, voltarei a escrever sobre esta obra.
Capa do DVD de ''Vertigo'' (A Mulher que Viveu Duas Vezes, em português), com o documentário sobre o restauro do filme.
© 1958 Universal Pictures.